ANBB

No cenário social contemporâneo, as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), Organizações Não Governamentais (ONGs), Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) e Associações, desempenham papéis cruciais na promoção do bem-estar social e na construção de comunidades mais justas e sustentáveis. Estas entidades, coletivamente conhecidas como TERCEIRO SETOR, têm se destacado por seu comprometimento em abordar questões sociais, ambientais e tecnológicas de forma eficiente e inovadora. Além de serem um braço importantíssimo para alcançar o que o primeiro setor – Poder Público – não consegue.

Convidamos o senhor Ivan Duran, administrador e consultor de empresas, cidadão engajado nas causas do terceiro setor e morador de Barra Bonita, para esclarecer algumas dúvidas a respeito do trabalho desempenhado por essas organizações. Em nosso bate-papo de bastidor, Ivan destacou que sempre sonhou poder contribuir para o crescimento do País, e viu no terceiro setor uma oportunidade ímpar de se fazer presente na construção de uma nação que se preocupa com seus nativos.

Conforme falamos no início desta matéria, as organizações do Terceiro Setor são divididas segundo suas finalidades principais, em várias denominações, como Fundações, OSCIPs (Organizações Sociais Civis de Interesse Público), ONGs (Organizações Não Governamentais) e ICTs (Institutos de Ciência e Tecnologia e as Associações). Todas têm por objetivo oferecer bens e serviços sociais (educação, assistência social, esportes, capacitação profissional, empregabilidade, saúde, serviços médicos, dentre outros).  Todas elas são conhecidas pelo antigo termo “entidades sem fins lucrativos”, que com a alteração no Código Civil, passou-se a atender por “Entidades de Fins Não Econômicos”. Isto esclarece algumas questões. Uma delas diz respeito aos lucros, que são contabilizados como Superávit. Diferentemente do lucro das empresas, o Superávit não é distribuído entre os Associados, mas reinvestido nas atividades fins da instituição.

Um exemplo inspirador do impacto positivo das associações é a Associação Nova Barra Bonita (ANBB). Associação que representa o sub-bairro do Recreio dos Bandeirantes, Barra Bonita. A ANBB tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento e bem-estar da população local e dos condomínios associados.

Um dos principais pontos que merecem destaque em relação ao trabalho desempenhado pela Associação diz respeito à segurança das ruas da localidade, que contam com rondas diurnas e noturnas, onde desenvolvem um papel crucial ao lado das autoridades de policiamento.

A sustentabilidade ambiental é outro ponto que merece elucidação, já que a ANBB também direciona esforços para a sustentabilidade ambiental em conjunto com a Associação Comercial e Industrial do Recreio e Vargens, onde apoia a ACIR em seu fórum anual de meio ambiente.

Em um contexto onde desafios sociais, ambientais e tecnológicos se fazem presentes, as OSCIPs, ONGs, ICTs e Associações desempenham papéis cruciais na construção de sociedades mais justas e sustentáveis. Por isso, a partir de agora você poderá ler, na íntegra, nossa entrevista com Ivan Duran. Ou se preferir, poderá assistir clicando aqui.

P: Como você descreveria o papel do terceiro setor na sociedade?

R: A sociedade civil organizada tem um poder que ela desconhece. O terceiro setor pode contribuir muito na educação de qualidade, na geração de empregos e, por conseguinte, na renda das famílias.

P: O que o motivou a trabalhar em prol do terceiro setor?

R: O potencial de crescimento que ele tem. No Brasil a participação é de aproximadamente 4% do P.I.B. Em países como os Estados Unidos e Comunidade Econômica Européia, esse setor atinge percentuais próximos de 30%.

P: Todos nós podemos nos envolver e contribuir com o terceiro setor? Como podemos começar?

R: Informando à sociedade sobre os benefícios. Disseminando a cultura da doação como instrumento de melhoria da qualidade de vida.

P: Quais são os principais desafios enfrentados pelo terceiro setor atualmente?

R: Vencer o desconhecimento do efeito multiplicador que este setor tem. Portanto, precisamos de mais agentes multiplicadores da filosofia de doação.

P: Há oportunidades específicas que você vê para melhorar o impacto e a eficácia das organizações do terceiro setor à sociedade?

R: Sim, para termos uma ideia do potencial multiplicador deste setor, veja que para cada R$ 1,00 investido no setor de Educação gera 1,18% de crescimento em Empregos, na saúde 1,44%, nas Atividades Artísticas 1,68%. Na média geral o crescimento chega a 1,76%. Dados do IPEA para o Estado do Rio de Janeiro.

P: Quais são os maiores desafios relacionados à área financeira enfrentados pelo terceiro setor?

R: Dar conhecimento aos doadores do impulso que as suas doações podem produzir no incremento da geração de empregos, de receitas e, consequentemente, na arrecadação de tributos.

P: Como você mede o impacto das ações e projetos que ajudou a desenvolver ao longo de sua carreira?

R: Como muito positivo, pois todas as iniciativas implementadas, geram empregabilidade e renda.

P: Pode compartilhar algum exemplo concreto de sucesso ou resultado positivo alcançado?

R: Para citar apenas um, o Instituto Monte Verde conseguiu envolver comunidades na cultura da recuperação de áreas degradadas e reciclagem de resíduo sólida urbano. Este fato gerou ocupação e renda melhorando muito a qualidade de vida para os moradores das comunidades envolvidas.

P: Como as organizações do terceiro setor podem colaborar efetivamente entre si?

R: Através de convênios. Para citar apenas um, veja a Fundação Roberto Marinho, que todos os anos arrecada dezenas de milhões de reais para beneficiar obras assistenciais.

P: Como você analisa a participação de condomínios e empresas junto ao terceiro setor?

R: Os condomínios organizados em Associações podem oferecer aos seus condôminos muitos serviços, tais como Central de Serviços (compras associativas, passadeira, faxineira, aluguel de carros por hora, aluguel de bicicletas, etc.)

P: Qual é a importância das parcerias com o setor privado e público?

R: O setor privado é um parceiro imprescindível do terceiro setor. O setor público pode se beneficiar com as parcerias, pois elas têm o poder de agregar capilaridade.

P: De que maneira a tecnologia e a inovação desempenham um papel nas atividades de ONGs, OSCIPs e demais entes do terceiro setor?

R: A inovação é a mola do desenvolvimento. Por exemplo, uma startup de tecnologia pode, perfeitamente, nascer dentro de uma empresa privada, como um Instituto de Ciência e Tecnologia.

P: Existem projetos inovadores que você acredita que seriam importantes elencar?

R: Temos um caso recente, que está em desenvolvimento no âmbito da Associação Nova Barra Bonita. Estamos sugerindo adequações do Estatuto, como forma de atender à legislação e logo ela estará apta a oferecer muitos benefícios aos moradores associados. Em breve a Associação poderá oferecer cursos de capacitação e convênios com empresas para entregar mão de obra qualificada.

P: Como você imagina o futuro do terceiro setor? Quais são suas esperanças e aspirações?

R: Eu sou parceiro do Mestre Takashi Yamaushi, no meu entender uma das maiores autoridades do Terceiro Setor. Ele viaja pelo país ministrando palestras. Vejo que poderíamos convocá-lo para um Seminário no Rio. Espero que mais organizações entendam o alcance das propostas do Terceiro Setor. Assim poderemos alcançar maior percentual de participação na economia de nosso país.

 P: Há mudanças específicas que você gostaria de ver no apoio ao terceiro setor?

R: Termos como objetivo a qualidade do ensino e com isso transformarmos nossa sociedade. A iniciativa privada pode ser um fator de transformação, adotando instituições de ensino, equipando-as de tecnologias, exigindo metas qualitativas dos professores e oferecendo perspectivas de carreira para alunos e professores.

 P: Ivan, gostaríamos de ouvi-lo (neste caso, lê-lo) acerca do que você, como morador de Barra Bonita, entende sobre a importância de uma Associação como a nossa. Onde diariamente lutamos para melhorar a segurança, o lazer e as conveniências para que os moradores do Recreio, tenham uma vida tranquila e harmoniosa:

R: Bem, como eu falei anteriormente sobre a importância do terceiro setor, a nova diretoria da ANBB entendeu isso e incorporou essa ideologia. A associação está trabalhando, ainda, junto ao seu contador, para realizar as alterações no Estatuto (da associação) para que esta possa se beneficiar de todos os aspectos fiscais e legais de ser uma instituição do terceiro setor. Então (como morador) entendo que a diretoria da associação está de parabéns, exatamente por essa iniciativa, por ser a pioneira na região para que consigamos estender os benefícios do terceiro setor para todos os moradores da Nova Barra Bonita.

Ivan fique à vontade para neste espaço final, elucidar algo a mais que possa não ter sido abordado por nós ao longo dessa entrevista. E, de antemão, em nome de toda a sociedade, gostaríamos de agradecer a sua contribuição ao longo dos anos na promoção da cidadania e melhorias para a população em geral:

Por fim, vale destacar que o crescimento do terceiro setor implicará diretamente na melhora dos índices em que somos deficientes, tais como: IDH, INDEB, PISA. Obrigado pela oportunidade!

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